trocadilho meu com a palavra hell, "inferno" em inglês e o código de três letras do aeroporto da capital finlandesa Helsinki - HEL. Mas, por mais que eu tivesse tentado fazer piadinha com esse nome ao decorrer do texto, não consegui, porque a cidade é um verdadeiro paraíso. E eu ainda descobri que já sabia falar finlandês, quando vi estas placas:
A primeira impressão ao chegar a
Helsinki/Helsinque era de uma cidade gay. Isso foi se revelando aos poucos, por algumas
bandeiras nas fachadas de alguns prédios; depois pela decoração na recepção do
hotel...:
Só depois, ao sair pela cidade,
descobri que haveria parada gay no dia seguinte. Fui e fiquei um tempinho na
concentração na praça, assistindo às pessoas saírem para o desfile. A julgar pelos decibeis, o evento estava mais pra procissão do que pra parada gay porque achei bem silencioso, sem aquele clima
carnavalesco que normalmente tem a Avenida Paulista. Mas foi bom ter conseguido
fotos da Praça do Senado numa ocasião especial, porque pude registrá-la com um
visual diferente. A cidade é meio sem cor, sem grafites e as paredes quase todas pintadas em tons neutros ou pastéis. A parada não agitou muito, mas pôs um pouco mais de cor e vida pelas ruas. Uma curiosidade: a catedral que aparece nas fotos e
que está na Praça do Senado não tem a frente para a escadaria. Ao contrário do
que parece, essa é uma de suas laterais. Percebi depois que entrei e vi que o
altar principal estava à minha direita.
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Praça do Senado e Catedral na Parada Gay. |
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No outro dia. |
Para comer, o lugar que mais gostei foi o mercado antigo, na região portuária, talvez a mais legal da cidade, pois seus arredores tinham tudo o que eu gosto de ver numa cidade – praças, feiras, catedral, lojas, piscina pública, mirante, pessoas passando pra lá e pra cá.
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Roda gigante, piscina Allas Sea Pool e navio de cruzeiros. |
Eu cheguei a Helsinki sem tempo
hábil de pesquisar previamente o que fazer ali (até por isso me surpreendi com
a parada gay), então segui a sugestão da recepcionista do hotel, de visitar a
Ilha de Suomenlinna, um dos lugares mais visitados da Finlândia e declarado
patrimônio mundial pela Unesco. A ilha tem uma fortaleza, muito utilizada nas
diversas guerras pelas quais o país passou. Lá há museus e catedrais, onde as
pessoas gostam de casar – no dia que eu fui, vi dois ou três casais, seja
posando pra fotos ou se casando, de fato. Andar por ela é super fácil porque os
caminhos são muitíssimo bem sinalizados, diferenciando as trilhas com placas
coloridas e em inglês. Nem precisava de mapa. A sensação de primeiro mundo estava mesmo na hora de
pegar a balsa, porque nin-guém conferiu meu bilhete. "Qualquer um consegue
entrar sem pagar", foi a primeira coisa que veio à minha cabeça de brasileiro trambiqueiro, mas é porque carrego a malandragem no DNA, é um pensamento praticamente impossível de se evitar, mas paguei tudo direitinho. Creio que os finlandesess nem cogitam que alguém teria motivo de trapacear.
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Casais dançam West Coast Swing no Parque Teurastamo. |
Entre outras coisas a se fazer
por Helsinki, passeei no Parque Teurastamo pra fazer aula grátis de West Coast Swing e saí
uma noite para dançar tango. Durante o dia, ficava observando o mar, as pessoas
na piscina pública e na roda gigante, lá na região do porto; as pombas que
faziam cocô na cara de todas as pessoas importantes representadas nos
monumentos do Parque Esplanada; e os pássaros que roubavam a comida de todos
que almoçavam na feira a céu aberto. Não achei Helsinki uma cidade muito
excitante. Imagine que até a Parada Gay era uma coisa morna. Muito bonita, sim,
mas saí com a sensação de que lhe falta algo. Mesmo assim, foi bom ter estado
lá também.
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Será que o hospital infantil também estava em clima de parada gay? |
Preços de julho de 2019, quando um euro era quase cinco reais:
Pão Mamas Limpa (um dos melhores
que já comi), fatia de salmão defumado e salada de macarrão – 25EUR, no mercado
antigo.
Prato de peixe e legumes na feira
do porto – 10EUR. Mas, no fim do dia, perto do horário de fechar, esse mesmo
prato custa 8EUR. Cuidado com os pássaros.
Entrada de adulto para usar a
piscina e sauna – 14EUR. Não fui.
Balsa para Ilha de Suomenlinna –
5EUR – 15 min. Passar duas horas lá é suficiente.
Transporte: 4EUR uma passagem ou
8EUR o passe diário. Aconteceu comigo uma situação chata, que eu entrei no ônibus
e pedi pelo passe diário (daily pass).
A mulher fez um X com os braços e eu repeti. Ela me deu o bilhete, mas cobrou
só 2,8EUR. Fiquei sem entender direito, mas não falei nada. Ao fim da passagem
tentei falar com ela de novo e, com a cara bem rabugenta me disse: “No
English!”, ou seja, ela não falava inglês. Aí é que eu entendi o X com os
braços que ela fez na primeira vez que falei com ela. Só que ela devia ter me
dito isso antes, porque a comunicação ficou truncada e acabei desperdiçando um bom dinheiro, já que eu queria o passe diário, pra andar mais vezes de ônibus.
Milonga (baile de tango) – 8EUR.
De novo, sensação de estar em primeiro mundo. Havia coisas de comer e beber lá,
mas não havia ninguém pra cobrar. A gente escolhia o que queria e colocava o
dinheiro numa caixinha.
Há uma praia de naturismo, mas só alguns dias da semana é reservada para tal.
Navio Viking Line de Helsinki a Estocolmo – 113EUR – 15 horas de viagem. Detalhe: ninguém pediu pra ver meu passaporte, nem na saída da Finlândia, nem na chegada na Suécia.
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Vista que se tem quando se deixa Helsinki de navio. |
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