domingo, 24 de junho de 2012

Beleza Pura


“’Não deixe de anotar as suas primeiras impressões o mais rapidamente possível’, dizia-me um gentil professor que tive o prazer de conhecer logo de minha chegada ao Japão, ‘pois elas são evanescentes e, uma vez esmaecidas pelo tempo, nunca mais virão ao seu encontro. No entanto, de todas as estranhas sensações que poderá captar nesse país, serão as primeiras as mais encantadoras’.”
palavras do escritor e jornalista Lafcadio Hearn, em mural no Museu do Olho, em Curitiba.

Caroline e eu no Parque Tanguá

No mês que vem verei se isso é mesmo válido, já que voltarei a Curitiba, um ano depois de conhecê-la. Daí, volto a este texto para atualizar as informações sobre ele e dizer se concordo ou não com a afirmação acima. Em maio do ano passado, desci do aeroporto de São José dos Pinhais. De lá, peguei um ônibus de linha que me levou até Curitiba e tem toda hora pelo preço aproximado de R$4,00. Havia também o executivo por R$9,00. Para hospedagem, há um Albergue da Juventude, praticamente em frente ao Museu Ferroviário. Que bom que lá também tive anfitriões legais e economizei. Mais um conselho: aceite as recomendações de antigos turistas. Meu irmão me recomendou o Museu do Automóvel, que fica em frente ao estádio do Atlético Paranaense. Fica pra quando eu voltar.
Curitiba vista no fim de tarde, do alto da Torre Panorâmica
 
No meu primeiro dia, fiz o clássico passeio de ônibus turístico com o teto aberto. Custa quase R$30,00 e te dá direito a observar os principais pontos turísticos, podendo descer em quatro deles e depois reembarcar sem pagar nova tarifa. Caroline, minha amiga e moradora da cidade, resolveu me acompanhar, pois ela sempre quis andar nesse ônibus, e ela é como todos nós: não conhece todos os pontos turísticos da cidade onde mora. Primeira parada, custando R$6,00 para entrar, Museu do Oscar Niemeyer, conhecido por todos como Museu do Olho, por causa do formato que tem sua forma arquitetônica. Visitamos apenas as galerias da parte de baixo. A parte com forma de olho mesmo estava fechada para reformas. Segunda parada, Ópera de arame, locação do último capítulo da novela Sonho meu. Um pouco menos conhecido, mas mais bonito do que os anteriores foi o local da nossa terceira parada, o Parque Tanguá, um dos cenários mais belos, mas aposto que você nunca ouviu falar dele, né? Nem sempre aquilo que é mais conhecido é mais bonito. Esses dois últimos locais citados foram construídos em pedreiras desativadas. Quem ótimo aproveitamento do espaço! Por último, descemos (ou subimos?) na Torre Panorâmica, de onde tivemos uma vista de 360 graus da cidade a uma altura correspondente a um edifício de 40 andares. E fomos bem na hora do pôr-do-sol, o que tornou tudo ainda mais fascinante. Ingressos a R$5,00.
Nalu e eu na Praça do Homem Nu

No segundo dia, um sábado, foi a vez da minha amiga Nalu ser meu guia. Fomos ao Passeio Público, um parque com um mini-zoológico, um ambiente mais familiar, e à Praça do Homem Nu, e eu reforço o que tinha dito antes, o de que os lugares menos conhecidos também são bonitos. No meu terceiro e último dia, um domingo, eu não tinha guia, mas isso não foi um problema. É muito fácil se deslocar em Curitiba, e divertido também, já que aqueles ônibus biarticulados grandões são novidade pra todos nós que não moramos lá. E o melhor é que no domingo a passagem é R$1,00. Nos outros dias, é quase R$3,00. Então nem fiquei com medo de pegar o ônibus errado, pois, se isso acontecesse, não seria um grande desperdício de passagem e nem seria tedioso. Quando o ônibus para, a gente desce naqueles tubos, e só é necessário pagar nova passagem se você sair do tubo. Caso fique nele, pode pegar quantos ônibus quiser, pelo preço de uma passagem apenas. Assim consegui visitar vários lugares, começando pelo famoso Jardim Botânico, onde me deparei com mais um espaço fechado para reforma, o espaço cultural Frans Krajcberg, um grande tubo que circula aquela grande estufa (aliás, não se engane com o tamanho dela, ela é bem menor do que aparenta); o cartão-postal mais famoso de Curitiba, e realmente é lindíssimo, mas o mais legal é o Jardim das Sensações, onde você pode “ver” com as mãos, pés e nariz os mais variados perfumes, texturas e tamanhos de plantas, e a diversidade do piso. Há ainda uma galeria de exposições e uma loja com lembrancinhas da cidade. Com tanta coisa concentrada num só lugar, dá pra se passar toda uma tarde ou uma manhã no Jardim Botânico.
Jardim das Sensações

No Parque São Lourenço, construído num lugar que já foi uma fábrica de cola, fui surpreendido por uma cena inusitada: um monte de ovelhas negras pastando. Minhas duas últimas paradas foram na Universidade Livre do Meio Ambiente, uma universidade não de curso superior, mas no sentido de ser universal. Ela é uma construção de madeira que abriga vários cursos de curta duração, no intuito de conscientizar as pessoas para a preservação ambiental. Dali, segui para o Bosque Alemão, onde li a estória de João e Maria em paredes de azulejo.
Se eu interagir com algum animal, é porque falta alguma coisa