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domingo, 21 de março de 2021

 Belo Horizonte e região


 

Museu do Inhotim (visto acima), Congonhas e Sabará. Amplie seu horizonte quando visitar a capital mineira. Saiba o que há pra se conhecer ao redor de Belo Horizonte neste artigo que escrevi pro site BUENAS DICAS. Clica aí no nome do site então.


Museu do Ouro, em Sabará.

Igreja Bom Jesus do Matozinhos, Passos da Paixão
e casarão histórico, em Congonhas.

Tem mais fotos no INSTAGRAM. Segue lá!


quarta-feira, 1 de abril de 2020

Liberdade, Liberdade


"Como diz em Minas Gerais: 'a política brasileira precisa melhorar um pouco, uai'." 
Gil Nunes

Centro histórico de São João visto do Museu Regional

Falar de São João del Rey é falar de política e resistência. Guerra das Emboabas e Inconfidência Mineira são fatos de Minas Gerais que aconteceram justamente por ali. Então, para se conhecer um pouco mais a história de Minas, um fim de semana em São João Del Rei é muito importante. A cidade é repleta de museus, que nos ajudam a compreender um pouco da política nacional, desde o ciclo do ouro, até nossa história contemporânea, pós ditadura. Há museus de diversos tipos, e com diferentes recortes cronológicos: o Museu Regional de São João Del Rey conta um pouco sobre a religiosidade e costumes da época do Ciclo do Ouro (século XVIII); o da FEB (Força Expedicionária Brasileira) é sobre o período das duas grandes guerras; e o Museu Tancredo Neves (R$2,00), que nos situa nos últimos anos da ditadura e primeiros anos da nova democracia, ao falar do presidente eleito em 1985 e que morreu antes de tomar posse.

Museu Regional de São João del Rei
A Inconfidência Mineira foi um movimento social brasileiro contra o domínio português. Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) foi o líder da revolta. Devido a altas taxas de impostos que se devia pagar à Coroa Portuguesa e outros abusos políticos, os inconfidentes agiam contra a opressão do governo português, mas, logicamente, visando interesses pessoais também (eu, particularmente, acho que qualquer ser humano faz isso), mas não falarei mais sobre isso e deixarei pra você ter sua aula de história in loco. São poucas as  pessoas que têm opiniões controversas sobre Tiradentes e que acham que ele agiu visando apenas interesse particular. O Museu Regional é um prédio histórico que só está de pé porque o Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) iniciou o processo de tombamento antes que os proprietários levassem a cabo a ideia de demoli-lo para construir um prédio moderno de 12 andares e uma rodoviária ao lado. Só que, quando eu visitei, vi que o prédio é quase todo reconstruído mesmo. Acho até falso falar que é uma casa antiga. Pra mim, é uma casa contemporânea, com fundação antiga, e que imita o visual de uma casa que havia ali. O próprio passar do tempo foi derrubando muita coisa do prédio e não faz muito que foi revitalizado. Seu acervo é composto de imagens sacras, pinturas, mobiliário, meios de transporte, ferramentas de trabalho e outros objetos testemunhas da vida mineira nos séculos XVIII e XIX. O Museu está fechado agora devido a obras e só deve reabrir no segundo semestre do ano. O horário de funcionamento era de terça a sexta das 9h às 18h, e das 9h às 16h aos sábados e domingos.


Catedral Basílica
Quase o mesmo posso dizer do Centro Cultural da Universidade Federal de São João Del Rey (UFSJ), um local de exposições temporárias com temas de interesse da comunidade local. É uma parada para dez minutos ou menos depois de visitar as igrejas da redondeza ou o Museu do Cardeal Dom Lucas Moreira Neves (familiar esse sobrenome? Sim, era primo de terceiro grau de Tancredo Neves). Dom Lucas, na verdade, não se chamava Dom Lucas, assim como Papa Francisco não se chama Francisco. Quando ficam mais famosos e importantes, os padres também adotam um nome “artístico”. O Museu possui objetos pessoais e vestimentas que ele usava em celebrações. Foi muito influente na igreja católica e chegou até a ser amigo pessoal do Papa João Paulo II. A visita é acompanhada pelo recepcionista local, que me ajudou a entender vários termos católicos que até então eram bem confusos pra mim. Na frente está a Igreja Nossa Senhora do Pilar, ou simplesmente, a Catedral.

Rua Direita
Quase tudo o que expliquei no parágrafo anterior e neste é o que você visita em apenas uma rua, a Getúlio Vargas – ou Rua Direita. Nas cidades históricas de Minas Gerais, sempre há uma rua Direita, localizada à direita da igreja principal, mas São João não segue essa regra. Numa das pontas da rua está a Igreja Nossa Senhora do Carmo, uma das mais bonitas, que possui ao lado um cemitério de mesmo nome que é um dos poucos do Brasil que é coberto. O Museu de Arte Sacra é o mais caro da cidade, R$15,00, mas a maioria é gratuito. Então, com uma caminhada de poucos metros, já se conhece as principais edificações católicas da cidade. Chamo a atenção que algumas igrejas têm apenas a porta lateral aberta, então, quando for visitá-las e vir a porta frontal fechada, não volte. Dê uma olhada na lateral. Ao fim da rua, à direita da Igreja Nossa Senhora do Rosário, começa a Rua das Casas Tortas. Tem-se a impressão de que a parede frontal das casas (só duas na verdade) está desabando. 

Casa Torta de verdade mesmo tem em Bichinho, pertinho de Tiradentes.
Falando ainda em Rua Direita, minha recomendação gastronômica é o pão de ricota com uva passas da Padaria do Carmo, que é simples e barata, mas justamente esse ar de simplicidade de tudo é que deu a ela o ar interessante que tem. Se tiver tomado café no hotel, visite-a no café da tarde. Achei curioso o pote de manteiga ficar disponível em cima da mesa pra você passar à vontade no pão quentinho que acabou de comprar. Se prefere algo mais sofisticado, caro e com wi-fi, a Taberna do Omar é ao lado e seu pão de chocolate é maravilhoso.

Uma das pontes que passa sobre o córrego do Centro histórico.

Continuamos no centro histórico, mas agora do outro lado do córrego do Lenheiro, “filete” de água que corta a cidade. Na Praça Frei Orlando estão a Igreja de São Francisco; um dos campus da UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rei,); e a Secretaria de Cultura, que é também museu de objetos antigos, como ferramentas e utensílios domésticos. No piso de baixo, lojas de artesanato com preços em conta. Ali perto, por R$4,00 temos um pouco de história contemporânea também, contada no Memorial Tancredo Neves. Por último, na antiga estação ferroviária de São João, o Museu Ferroviário possui vagões antigos e outras peças que fizeram a história da estação. Todos esses locais que cito são tão próximos uns dos outros, que é fácil encontrar alguém na rua que te explique onde ficam. Nem precisa muito de mapa.

O Mercado Municipal de SJDR é algo sobre o qual é bom não criar grande expectativa. Qualquer feira de rua de qualquer cidade tem mais coisas que ali. São apenas dois corredores de lojas/barracas que vendem o comum da culinária mineira. Queijos e doces são os itens mais presentes. Na hora do almoço, o sabor mineiro se realça mesmo é em Tiradentes e Bichinho, que ficam "do lado", bem perto mesmo de São João, onde os restaurantes parecem ser as antigas casas dos moradores e que estes adaptaram o local para servir. Muitos têm sua horta no quintal do fundo, então parece mesmo que se está comendo uma refeição preparada especialmente pra você, como se sua mãe ou vó estivesse fazendo. Outros já são mais curiosos, como a Casa Torta, no vilarejo de Bichinho, que já pertenceu a Tiradentes, mas que hoje é distrito de Prado. Quem visita Minas tem uma opinião unânime sobre a culinária: a singularidade do sabor, mesmo nas coisas mais simples.


Velozes e Furiosos.
 A parte de turismo de aventura de São João fica por conta da Pousada Kart Club, onde se pode dar dez voltas de kart por R$25,00 na pista privada deles. Se preferir uma Estrada Real (entendeu o trocadilho?) continue a 10 km dali, em direção a Tiradentes. Quando estiver na estrada que liga as duas cidades e avistar um pilar bem alto de ferro, pare. Ali é o Marco Zero da Estrada Real, onde está a Cachoeira de Bom Despacho e onde começa a Trilha de São José, possível de se chegar a Tiradentes também, e com outra cachoeira no caminho. 
Após a trilha, a segunda parte da aventura ao chegar a Tiradentes é com Hlera Off Road, empresa que aluga quadriciclos para subir e descer os vários morros que ligam ao distrito de Bichinho, às vezes passando por atoleiros. O quadriciclo é fácil de se pilotar, mas também desafiador e emocionante, devido à irregularidade da trilha. Precisa ter habilitação de carro ou de moto para guiar. Se não tem, é só ir na garupa. Há um breve treinamento antes e o guia acompanha os pilotos durante todo o trajeto. E ele mesmo recomenda que é melhor ir de roupa velha e de chinelo para ficar mais fácil de se limpar depois.No caminho ainda você conhece uma nascente de água e pode ser que você passe por algumas árvores de frutas.

Cachoeira de Bom Despacho
Pra conhecer Tiradentes sem carro próprio, tem vários horários de ônibus que saem da rodoviária de São João e é só de lá que há ônibus para Tiradentes, cidade onde o inconfidente Tiradentes NÃO nasceu (há muitas teses, mas a mais provável é a de que ele tenha nascido em São João). Não existe nenhum outro lugar do país que te leve de ônibus até Tiradentes. Sim, curioso isso, não? Você TEM DE ir a São João antes de chegar a Tiradentes (se estiver de ônibus). Mas se você quer ter um pouco mais a sensação de viagem no tempo, não escolha nem carro nem ônibus, mas o trem turístico (ou Maria Fumaça) que liga as duas cidades. Pode-se fazer isso de quinta a domingo e o preço da tarifa inteira ida e volta é de R$80,00. Sobre esse passeio, sim, as opiniões das pessoas costumam divergir e não são todos que gostam. Eu não experimentei, então essa parte eu deixo pra você dar o seu parecer. Isso tudo é porque Tiradentes tenta preservar seu ar de vilarejo calmo e simples, então faz o possível para que o turista tenha sossego e sensação de se estar no passado. A fiação elétrica é subterrânea, como a maioria das cidades históricas.

Tiradentes vista da Praça de São José
Quer liberdade maior do que fazer pole dance pelado na Praça de São José?

No adro da Matriz de Santo Antônio, há um relógio de sol, com marcações em duas faces. Uma pra mostrar as horas durante o inverno; outra durante o verão. Seja em que estação você for, sentirá bem acolhido, pois a qualidade da hospitalidade mineira é outra unanimidade.

Eu nunca tinha visto um Cristo nesta pose. - Matriz de Santo Antônio




domingo, 31 de agosto de 2014

O Mapa da Mina

"As mina pira no papai".
trecho de "As mina pira", de Cácio e Marcos.


Entrada da Mina da Passagem - Mariana - MG

Minas Gerais foi o grande foco da corrida do ouro no Brasil. As cidades de Ouro Preto e Mariana ainda guardam resquícios dessa época. Eu mesmo me lembro de quando eu era criança e via as pessoas garimpando nos rios. Desde pessoas com uma bacia apenas, até grandes máquinas e o mercúrio escorrendo rio abaixo. Se você também quiser saber onde todo esse ouro foi parar, visite as igrejas barrocas de Minas e veja quanto desse metal está impresso nas paredes, ou dê uma de tatu e entre buraco adentro nas várias minas abertas à visitação em Mariana e em Ouro Preto.

Na Mina da Passagem a gente se diverte por dentro e por fora.
A Mina de Chico Rei é perto da Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto, e sua entrada custa R$10,00. Se quiser que um guia te acompanhe, pague mais R$10,00. Resolvi economizar, como sempre, e fui sem guia mesmo, e acabei encontrando uma menina de Caxias do Sul lá dentro – como são boas essas coincidências. O passeio é rapidíssimo porque os túneis não são profundos e nem são altos como as da Mina de Passagem, então logo a gente se cansa de ter de andar se abaixando como um corcunda. Anexo está um minimuseu, com ferros de passar e outros objetos cotidianos antigos expostos. Chico Rei foi um chefe africano que comprou a sua liberdade e de sua família e se enriqueceu com a exploração do local. Não que eu soubesse disso antes, mas em todos os locais de Ouro Preto que tem alguma importância histórica você encontra placas cravadas nos prédios que te explicam brevemente, em inglês e português, um pouco da história de tal edificação.



Descendo de trolley pra mina de ouro.
A Mina de Passagem fica no distrito marianense de Passagem de Mariana e é a maior mina de ouro aberta a visitação do mundo. A descida para as galerias é por meio de um trolley, que chega a 315m de extensão e 120 de profundidade. A temperatura é estável, fica de 17º a 20ºC e tem um lago natural.



Dentro da Mina da Passagem.
A Gruta de Nossa Senhora da Lapa, em Antônio Pereira, ou simplesmente Pereira, pra quem mora lá, distrito de Ouro Preto, é algo legalzinho de ser ver também. Não é uma mina, assunto principal deste texto, mas é buraco na pedra do mesmo jeito. O interessante é que, pela localização, parece que Antônio Pereira está mais pra distrito de Mariana, porque é mais perto desta do que de Ouro Preto – 9 km de Mariana e 16 de Ouro Preto. O mesmo acontece com o Pico do Itacolomi, principal cartão postal de Ouro Preto. Não é possível observá-lo de Mariana, mas é na área geográfica de lá que ele está, e não na de Ouro Preto.

Contato com animais, tranqüilidade junto à natureza, tirolesa (pra não dizer que é tão tranqüilo assim) e uma deliciosa comida campeira no fogão a lenha, com churrasco gaúcho e sobremesa típica. Parece que eu mudei totalmente de assunto, mas nem tanto. Só desci uns 1.200 km no mapa e fui pra Gramado-RS, onde está o Parque Tomasini – uma mina e um museu com mais de 800 minerais expostos. Há também a loja, onde você vê as ametistas, esmeraldas, cristais, transformadas em jóias, esculturas, móveis. A Mina não é real como a de Mariana. Ela foi montada pra ser uma atração turística e dar um clima mais interessante ao museu. Está a 2 km da entrada de Gramado (de quem vem de Nova Petrópolis).


Um mineral típico de Mariana-MG exposto na Mina de Gramado-RS.
Como eu já disse em textos anteriores referentes à Serra Gaúcha, planejar um passeio a Gramado e Canela a partir das ofertas dos sites Laçador de Ofertas e La Iguana faz a sua viagem custar a metade do que custaria. Paguei só R$22,00 pelo almoço à vontade e a entrada na mina (só o preço normal da entrada desta é R$15,00). A Tirolesa custa R$20,00, mas, pelo site, paguei R$25,00 pra duas pessoas. São duas tirolesas, uma de 150m, e outra de 250m, não de altura, mas de comprimento. A entrada no Parque custa R$5,00, valor convertido em uma das seguintes atrações: passeio de jardineira ou pesca esportiva. Há um pedalinho também, mas é melhor pagar pra usar o do Lago Negro, na cidade de Gramado, que é bem maior e com uma vista mais bonita.

Turista é assim: descansa carregando pedra - Parque Tomasini.
Se esse tanto de pedra não te basta, visite o Museu Gramado, também R$15,00 de entrada e também com uma loja anexa.

Voltando a Ouro Preto, falarei também de três minas da cidade. A Mina Felipe dos Santos fica na Rua Treze de Maio, no bairro Alto da Cruz e a entrada custa R$25,00, mas Ana e eu só pagamos R$5,00, porque havia um grupo de estudantes de uma universidade e nós pegamos carona com eles. Depois de uma explicação geológica bem técnica que a professora deu aos alunos, e da qual não entendemos nada, veio o guia local e nos contou as lendas, histórias e hábitos antigos, etc. 



Com meus primos, brincando de mineradores no
Campus da Ufop.
Descendo pro bairro Padre Faria, a pé mesmo, fomos à Mina Velha, ingresso a R$20,00. Mas moradores de Mariana, Ouro Preto e região não pagam às segundas, terças e quartas. Nos outros dias, vale a meia entrada pra eles: R$10,00. Menos de dez minutos de caminhada depois, e no mesmo bairro, fomos à Mina do Jeje, que também tem visitação gratuita pros moradores da região em alguns dias da semana. Infelizmente, minha visita não foi num desses dias, mas a recepcionista perdoou nossa falta de informação e nos cobrou somente uma entrada, de R$15,00. Se entre uma mina e outra você vir uma placa da Mina Vila Rica, não pense que eu me esqueci dela. Ela não está mais aberta a visitação.

Finalizando, um vídeo do caminho do interior da Mina da Passagem até a superfície, de trolley, narrado em inglês (!) pela minha amiga de faculdade Karina Sarto, a quem eu estava tentando atropelar com um trator no início deste texto:

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Chiquititas

"Miniaturismo é a técnica de projetar e construir em escala reduzida os mais diversos objetos, veículos, máquinas etc., que podem ser feitos de grande diversidade de materiais, incluindo plásticos, metais, madeira e isopor. Seu uso pode ser profissional ou apenas como passatempo (hobby). Um bom exemplo são as maquetes."
Definição do Wikipedia.

Parque Lindendorf - Treze Tílias.
E uma boa maneira de reunir de forma mais rápida tantos lugares de uma só vez é vê-los do alto. Melhor seria fazendo um voo panorâmico de helicóptero, mas, como eu ainda não tenho bunda pra isso, pois esses passeios normalmente são caros e duram só quinze minutos, reproduzo aqui as fotos de vários museus de miniatura que visitei por Gramado (RS), Ouro Preto (MG) e Treze Tílias (SC).

Meu irmão, minha tia, minha prima e eu em Treze Tílias.
Treze Tílias está a 450 km de Florianópolis e a 380 de Curitiba. No Parque Lindendorf você encontrará a minicidade, trilha ecológica, lago com peixes, restaurante típico com pratos da gastronomia autríaca, delicioso apfelstrudel quente com sorvete, artesanatos, música típica, ao vivo ou não. Há também uma trilha de 450m onde você tem contato com capivaras, avestruzes, ovelhas. Acesse o site www.minicidade.com para saber mais. Assim como nas outras cidades aqui mencionadas, é por causa da atenção que os artesãos que a fizeram tiveram aos detalhes reais que todas essas minicidades são interessantes. Já a Treze Tílias de tamanho real reproduz a arquitetura dos Alpes do Tirol em quase todas as suas construções (Tirol é uma região histórica nos Alpes da Europa Central). Um exemplo é o prédio do Museu Municipal Ministro Andreas Thaler:
Também conhecido como Castelinho.
Em Gramado, o Mundo Encantado é um local com exposições de miniaturas que retratam desde a chegada dos imigrantes a Gramado até os dias atuais. Se não conhece Gramado, pela foto abaixo você pode ter noção de uma das principais partes da cidade. O ingresso adulto custa R$17,00.
Da esquerda para direita:
Palácio dos Festivais, Igreja Luterana e Prefeitura.
Um real mais caro custa a entrada do MiniMundo, outro parque de miniaturas, mas nem precisava eu dizer isso. Já tinha dado pra você deduzir pelo nome. O MiniMundo tem miniaturas de monumentos de Porto Alegre e de outras cidades do Brasil e também prédios do exterior, em escala 24 vezes menor que o original.
Réplica da Torre da Rapunzel - Parque Alemanha Encantada.
Pagando R$10,00, o Parque Alemanha Encantada tem a pretensão de fazer você se sentir numa antiga vilã alemã medieval, compartilhando o espaço com personagens das histórias dos irmãos Grimm. No restaurante, coma escutando os músicos de Bremen. Depois, suba a torre de 20 metros para se encontrar com Rapunzel. Na saída, compre alguma lembrança do parque na loja. Em meia hora dá pra fazer isso tudo. O preço não vale o passeio nessa minialemanha, a menos que você compre por um site de ofertas, como eu fiz. Paguei R$15,00 por duas pessoas.
A escalada valeu a pena.
Já em Ouro Preto, estão 30 réplicas perfeitas de monumentos arquitetônicos de 15 estados brasileiros, feitas com os mesmos materiais das edificações originais, com incrível fidelidade e riqueza de detalhes que encanta a todas as gerações. Prédios patrimoniais de Brasília-DF; Mariana, Ouro Preto, Juiz de Fora-MG; Viamão-RS, só pra citar alguns são incrivelmente reproduzidos em escala 1:25 no Museu das Reduções, em Amarantina (65 km de Belo Horizonte), distrito de Ouro Preto (a 100 km de Belo Horizonte). A entrada custa R$8,00 e não é permitido fotografar, por isso, não posso te mostrar imagens do encanto que são aquelas casinhas históricas – casinhas não numa forma pejorativa, mas carinhosa. Se quiser saber mais, visite www.museudasreducoes.com.br ou www.projetoreducao.com.br. Então, eu ilustro com uma foto da miniatura da Maria Fumaça, tirada em outro museu.
Museu da Praça da Estação, em Ouro Preto.
Ali perto, no km 68 da BR 356, Rodovia dos Inconfidentes, visite também a Sorveteria Arte e Manha com os sabores mais exóticos de sorvete que eu já vi: rosas com hibisco, abacaxi com gengibre e pimenta, arroz doce com canela, só pra citar algumas esquisitices deliciosas. Gastei quase R$20,00 querendo experimentar todos.


Bem, é assim. Se é por falta de grana ou de tempo, agora você não tem tanta desculpa pra conhecer melhor uma cidade e tirar uma bela foto panorâmica. Ou fazer um vídeo, como esse acima, de Treze Tílias.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A Mão de Deus

“Era uma vez um Aleijadinho
Não tinha dedo, não tinha mão
raiva e cinzel, lá isso tinha,
era uma vez um Aleijadinho,
era uma vez muitas igrejas
com muitos paraísos e muitos infernos,
era uma vez São João, Ouro Preto, Mariana,
Sabará, Congonhas
era uma vez cidades
e o Aleijadinho era uma vez.”
                                    Carlos Drumond de Andrade
Praça Reinaldo Alves de Brito vista da Casa dos Contos.
Embora a religiosidade seja tão latente na cidade de Ouro Preto (a 100 km de Belo Horizonte), já ouvi várias pessoas (entre turistas e moradores) dizendo que a cidade tem uma atmosfera pesada, repressora. Alguns dizem que foi por tanto sangue derramado por causa da corrida do ouro, da escravidão, da perseguição aos inconfidentes. Morei em Mariana, cidade vizinha, por 24 anos, visitava Ouro Preto com freqüência por motivos de trabalho e estudo e digo que “nunca tinti nada”. Dancei no grupo ouropretano Rés Cia de Dança e, com frequência, nós fazíamos performances interativas com a arquitetura da cidade. Um dos nossos espetáculos aconteceu na escadaria do prédio rosa, que aparece em destaque na foto acima.
Rés Cia de Dança, no espetáculo de rua "Caminhos e Vertentes".
Ouro Preto (OP) foi declarada pelo UNESCO patrimônio da humanidade em 1980 e é a primeira cidade brasileira a receber esse título. Do mirante do campus principal da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), no Morro do Cruzeiro, você consegue visualizar de uma só vez todo o barroco da cidade, só que não é algo muito bonito, porque enxergam-se as casas novas no meio de tudo e a sensação que se tem é de uma poluição visual. Por um tempo, a cidade cresceu desorganizadamente, então, de determinados pontos, a visão não é puramente histórica. Gosto mais da vista a partir do mirante da Casa dos Contos. No século 19, toda moeda que circulava no país era feita lá.
Dizem que um dos inconfidentes morreu nesse prédio.
A Casa dos Contos é o único museu do Brasil que funciona todos os dias, entrada gratuita. Já foi prisão e casa de fundição de moedas. Contém exposições de moedas antigas do Brasil, objetos e documentos antigos.
Fachada do Museu da Inconfidência e árvore de natal.
O Museu da Inconfidência também possui um grande acervo de objetos religiosos e do cotidiano, que ajudam a contar a história da Inconfidência Mineira. Um painel computadorizado e interativo ajuda a fazer isso de forma lúdica. Os restos mortais de todos os inconfidentes estão lá.
Museu da Inconfidência (lateral).
Os horários de funcionamento, preço da entrada e outras informações sobre os museus citados ou não no meu texto você obtém no site http://www.museusouropreto.ufop.br/. Mas só de andar pela cidade, a gente já se sente num museu. Em 2005, foi inaugurado o Museu Aberto Cidade Viva – instalaram placas explicativas com texto em português e em inglês nas fachadas das residências e prédios que carregam importância histórica pra cidade, principalmente as igrejas.
Eu em apresentação no interior do Museu em 2008.
Em Ouro Preto, em todas as igrejas que visitei eu fui proibido de fotografá-las por dentro, exceto a Nossa Senhora do Carmo. Como entrei enquanto acontecia um casamento, isso não pode ser controlado. No adro da Igreja do Carmo, está o Museu do Oratório, com mais de 160 oratórios. Há taxa de visitação. Atrás disso tudo está o Museu da Inconfidência. Então, dá pra se gastar um dia todo nesse complexo, sem precisar subir e descer todas aquelas ladeiras.
As pinturas não eram de Aleijadinho. Essa é das mãos de Ataíde.
Depois de bater perna por todo aquele conjunto de ladeiras barrocas, sugiro almoçar no Acaso 85, R$27,00 sem balança, que vale a pena pelo seu interior, realmente de uma beleza impressionante, a começar pelo chão da recepção. Se você estiver com pouca grana e for época das aulas da universidade, pode ir a algum restaurante da UFOP (são dois em OP e um em Mariana) e pagar menos de R$5,00 pelo almoço no “bandeijão”.
Interior do restaurante Acaso 85.
Na Igreja Nossa Senhora da Conceição está localizado o Museu do Aleijadinho. Muitas das belezas que vemos na cidade são graças a esse ouropretano, que, dizem, perdeu vários dedos das mãos no fim da vida e trabalhava usando só o polegar e o indicador. Ele trabalhou muito a pedra-sabão e várias das suas obras podem ser vistas também em Congonhas, a 80 km de Belo Horizonte.
Igreja da Conceição e Ponte dos Suspiros.
Se você não tiver tempo de visitar todas as igrejas, dê prioridade para a Nossa Senhora do Pilar, a mais bonita na minha opinião, com várias obras feitas pelas mãos de gangrena e lepra de Aleijadinho também. Outros artistas também participaram da ornamentação desse e outros santuários de OP, mas Antônio Francisco Lisboa (seu nome de batismo) é o mais lembrado. Teoricamente, não pode ser fotografada, mas eu fui no horário da missa e bati uma foto discretamente, sem ser visto. Tsc Tsc, desobedecendo a lei, que pecado... Anexo, há um museu de arte sacra, aberto de terça a domingo. A Igreja do Pilar está entre as duas mais bonitas que já vi na vida. A outra foi em Pernambuco, e tem uma foto dela no texto do blog de junho de 2011.
A foto proibida.
Em Ouro Preto, Cachoeira do Campo e região o artesanato que você mais encontrará é o de pedra-sabão. Obras de todos os tamanhos, com preços variando de R$1,00 a milhares de reais, e que agradam a todos: esculturas românticas, abstratas, de times de futebol, de animais, e também objetos com alguma funcionalidade, como porta joias, porta retratos, jogos de damas e xadrez.
A peça da feira que mais me chamou a atenção (R$1.200,00).
Não fiz pole dance na cruz, mas, nas ruas de Ouro Preto, eu fiz.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Louca Paixão

“Loucos perigosos são produto da ignorância médica. O que existem não são loucos perigosos, são lúcidos perigosos.”
                                                                                                                                 Dr. Lopes Rodrigues.

Museu da Loucura - Barbacena - MG

Quando eu era pequeno, lá em Barbacena... Quer dizer, quando eu era um pouco mais jovem, e ia a Barbacena (a 178 km de Belo Horizonte) com mais frequência porque meu pai morava lá, eu não via muita opção de coisa pra se fazer naquela cidade de gente doida. Desculpe falar assim, é que os barbacenenses já estão com esse estigma, pois não faz muito tempo que o hospício de lá deixou de receber internos, dentre os quais esteve o jogador de futebol Heleno de Freitas, do Botafogo. Parte do Circuito da Estrada Real, podemos chamá-la também de Cidade das Rosas, mas esse lado da cidade eu não conheço, então fica pra outro texto. Quando retornei lá em setembro último, convidei minha família a conhecer o famoso Museu da Loucura, entrada gratuita, localizado anexo ao hospital.
Ex-pacientes do Centro Hospitalar Psiquiátrico.
Ao ver as fotos acima, não sei se você sentiu pena, ou uma mistura de várias coisas, assim como eu. Mas veja o que um texto que estava ao lado das fotos diz: “Antes que você torça o nariz e sinta náuseas diante das faces grotescas e corpos arruinados pelos hospícios e pela vida, saiba que pelo avesso elas falam de beleza, saúde, alegria, bem-estar e esperança. Compare-se a estas pessoas (sim, são pessoas, membros da nossa espécia – homo sapiens – gerados em ventres humanos) e descubra que a SUA ocasional infelicidade é insignificante, que sua ligeira depressão é frescura, que suas rugas são lindas e que o mundo chato em que você vive é o paraíso. Estes infelizes existem para lembrá-lo que sua felicidade é mais real do que você imagina. Sinta-se igual a eles. Você é apenas o outro lado da moeda...” - Edson Brandão, artista barbacenense.
Ex-pacientes que fugiram do Centro Hospitalar Psiquiátrico.
No espaço também há uma galeria com exposições de artesanatos feitos pelos usuários do hospital. Além de laboreterapia (terapia do trabalho) e choque elétrico, os pacientes também eram tratados com choque térmico – mergulhavam-se as pessoas nos lagos de baixa temperatura durante o inverno. O clima foi um fator importante ao se escolher Barbacena para sediar um Hospital Psiquiátrico. Acreditava-se que o frio ajudava a acalmar as pessoas, mas o curioso é que muitos tinham o costume de ficar sem roupa, como mostram as fotos lá expostas, mas eu não colocarei as fotos aqui. Se tivesse alguma da Nana Gouveia, eu até poria.
Museu Georges Bernanos.
Um pouco menos legal (mas também de graça, o que é mais importante) do que o Museu da Loucura é o Museu Georges Bernanos e o Museu Municipal. Georges Bernanos foi um escritor parisiense que viveu seus últimos dias em Barbacena (só podia ser maluco). No Museu Municipal, como era de se esperar, estão objetos e textos sobre a história da cidade, que também foi palco de vários bafões da Inconfidência Mineira – um dos braços esquartejados de Tiradentes ficou exposto em Barbacena.
À noite, nos divertimos no Pirilus Boliche.
Pra conhecer um pouco a redondeza e a quadradeza, minha irmã Lorena e minha cu Poliana (esse é meu jeito carinhoso de me referir à minha cunhada) pegamos um ôns (esse é o jeito mineiro de se referir aos ônibus) para Antônio Carlos, a 17 km de Barbacena. Ao chegar lá, caminhamos por uma estrada de terra até conseguirmos carona de Kombi até as proximidades da cachoeira que visitaríamos, perto do Instituto Missionário São Miguel, antigo Seminário menor, que hoje funciona como pousada para encontros religiosos.
Esperávamos alguma coisa melhor do que isso.
Falando do museu de novo, com uma hora dá pra ver todo ele, e seu acervo consegue nos deixar sensibilizado. Me lembrei do seguinte comentário de Ron Howard, a respeito de Uma Mente Brilhante, filme que ele dirigiu: “Achei que um dos objetivos de fazer o filme era descartar a ideia de que, quando você vê alguém parado em uma esquina conversando sozinho, não está conversando sozinho. Eles estão ativamente engajados em algo que é real para eles e talvez até assustador”.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Manancial

"(...) Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus."  trecho de Cidadezinha qualquer, de Carlos Drummond de Andrade.
No Sul de Minas, a natureza nos chamou em todos os sentidos
Ballet Jovem do Palácio das Artes de férias, Dener, Luciana e eu resolvemos que faríamos uma viagem juntos. Vale do Jequitinhonha ou Sul de Minas? Quem tirou a dúvida foi minha amiga de república e cambuquirense Gisele, que nos ofereceu a casa dela no Sul de Minas. “Cambu... o quê?” Cambuquirense, gente, é quem é nascido em Cambuquira, a 300 km ao sul de Belo Horizonte e com 13.000 habitantes. Embora não seja a cidade mais famosa do Circuito das Águas da Estrada Real, sua água é considerada uma das melhores do mundo. No Parque das Águas, no Centro, há fontes naturais de diferentes tipos de água gasosa. Cidade bem pacata, um carro ou outro circulando pela rua, mesmo na rua mais movimentada da cidade, onde ficam as agências bancárias. Foi nessa viagem que percebi a importância de se ter conta em mais de um banco, pois lá não havia Bradesco. Hoje já tem, além de Banco do Brasil também. Ainda bem que minha conta do Itaú tinha dinheiro. Bem, esse marasmo das cidadezinhas mineiras não era novidade pra mim, pois cresci na cidade de Mariana e seus distritos, diferente dos meus dois amigos belorizontinos. O Parque das Águas, principal atração turística (dá pra conhecê-lo todo em menos de duas horas, mesmo se você for um turista com o ritmo pacato de lá), com entrada a R$3,00, possui seis fontes de águas, todas com propriedades terapêuticas e sabores, sim, sabores, diferentes. Uma dica: já chegue à fonte bebendo a água direto. Se você cheirá-la primeiro, a sulfurosa, por exemplo, vai desanimar, pois terá certeza de que beberá água do Tietê. Algumas têm o gosto ruim, assim como o cheiro. Outras têm só o gosto ruim, o cheiro é de nada, mas todas têm propriedades de cura de alguma ziquizira. Quanto ao sabor, é só uma questão de educar o paladar. Eu já tinha experimentado a água gasosa e não tinha gostado. Quando cheguei à casa dos pais de Gisel e nossos anfitriões, o vereador Paulo (que não é o Paulo do Picolé) e sua esposa Anésia, pedi um copo de água e já fui de cara dizendo: “Mas me dê do filtro mesmo, pois dessa água mineral daqui eu não gosto”. Anésia respondeu: “Mas aqui a gente só tem essa”. Tive de tampar o nariz e beber aquilo o mais rápido possível. Dener e Luciana também sofreram nos primeiros dias, mas, no nosso quarto e último dia, bebíamos aquilo com a boca boa. So fim do primeiro dia lá, estávamos achando tudo normal, bem parado, até que o comportamento dos cambuquirenses no fim da tarde nos chamou a atenção. Os moradores da cidade formam uma fila na porta lateral do parque. Um vigia libera a entrada gratuita de pouco em pouco para que eles entrem e encham seus garrafões e todo tipo de recipiente com água do parque. Ou seja, a maioria dos moradores da cidade não bebe a água do filtro de barro que veio da torneira, mas a mais pura água mineral.
Cascata do Congonhal - Cambuquira
Dentro da cidade o que tem pra fazer é isso, talvez sentar em uma praça, visitar uma igreja, tomar um açaí, mas não precisa gastar mais de um dia inteiro em Cambuquira, mesmo se você quiser conhecer a Cascata do Congonhal, a 8 km do Centro, e estiver de carro. Se depender de ônibus, como nós, é bom ter mais de um dia, sim. Conhecemos também uma outra cascatinha, igualmente distante do Centro, mas na direção oposta. Os moradores te explicam a localização, e não é difícil conseguir carona lá. No acesso a seguir, veja o mapa de atrações de Cambuquira, bem como de outras cidades das quais falarei a seguir:
http://www.idasbrasil.com.br/idasbrasil/cidades/cambuquira/port/mapa.asp.
Folia de Santos Reis - Cambuquira
Uma de nossas noites na cidade só foi agitada porque era Dia de Santos Reis. À noite, as pessoas acompanham um cortejo de pessoas fantasiadas. Todos que quiserem podem se fantasiar. O cortejo para em um grande salão, onde há música ao vivo e janta de graça. Mas não pense que você economizará o dinheiro de uma refeição apenas. Nas noites anteriores a 6 de janeiro, há cortejos menores que param em algumas casas. Após os cânticos/orações, o dono da casa serve algo de comer a todos que estão ali acompanhando o trajeto, como um cachorro quente com refrigerante.
Parque das Águas - Caxambu
Estamos falando do Sul de Minas, então, mesmo sendo verão é bom você levar uma manguinha comprida, caso esfrie uma noite ou outra. Tendo Cambuquira como ponto de partida, nós visitamos as seguintes cidades, uma por dia: Lambari, a 30 km; Caxambu, a 50; e São Lourenço, a 80. Em Caxambu, começamos com uma volta de charrete por R$5,00 cada e conhecendo o centro da cidade. Era a primeira vez que Luciana andava de charrete. Demos uma olhada nos artesanatos, mas nada nos interessou. Entramos no parque e, também primeira vez, só que de todos nós, andamos no teleférico, R$10,00 por pessoa. Do alto do morro, aos pés do Cristo, uma vista de 360 graus da cidade.
O teleférico te leva...

... até o alto deste monte.
Essa é uma boa viagem pra se economizar com bebida, já que o parque tem uma dúzia de fontes de água mineral. Então não precisa comprar. Pode até levar um pacotinho de suco e colocar na garrafinha pra não precisar pagar refrigerante na hora do almoço. Mas se você está numa fase meio Carolina Ferraz “Eu sou riiicaaaa”, tome um banhozinho também no Balneário de Hidroterapia do interior do parque. Tem até sauna Finlandesa (sei lá como é isso, mas o nome é bem chique). Ligue (35) 3341-3266 para saber dos preços. Para um banho quente de graça, tem o seguinte: três vezes por dia, sem hora marcada, um gêiser no parque jorra uma água levemente aquecida. Os vovôs e as vovós é que gostam disso. Eu tomei um banho cercado por toda a geriatria turística que estava no parque. Pra tomar esse banho não precisa ficar acampado do lado do gêiser esperando um dos três momentos diários em que ele jorra, pois há um reservatório. Durante as erupções, parte da água fica armazenada, e essa água é liberada por um funcionário do parque quando há um número significativo de turistas querendo banhar-se.
Parque das Águas - São Lourenço
O Parque de São Lourenço tem sete fontes de águas minerais, mas é o que ocupa mais tempo de passeio dos três, um dia inteiro. Ele é dividido em Parque I e Parque II, que são ligados por um túnel subterrâneo. Assim como os parques de Caxambu e Cambuquira, ele também tem lago com pedalinho e barco, só que um lago muito maior, com a Ilha dos Amores no meio, onde se pode ter contato com várias aves da fauna brasileira. Dá também pra brincar no playground; rezar numa capela; pescar; tomar uma ducha e se estirar no sol; alugar uma bicicleta e rodar o parque todo. Tem também uns banhos mais cheios de frufru, no balneário de hidroterapia, e mais caros um tiquinho. Veja o poder das águas medicinais das cidades do Sul de Minas na matéria do Globo Repórter: http://www.saolourenco.org/.
Cachoeira do Roncador - Lambari
Em Lambari, não fomos ao parque, pois já tínhamos enjoado de fontes, e lagos e tudo o mais. Estávamos a fim de nos banhar, mas com mais contato com a natureza. Alugamos uma charrete, ao custo de R$15,00 pra cada um, que nos levou à Cachoeira do Roncador, a 9 km da cidade, sendo 6 km em estrada de terra. Valeu a pena porque o passeio foi longo e no meio do mato. Duro foi voltar quase todo o trajeto a pé. Em frente à cachoeira do Roncador está a Cachoeira João Gonçalves, dentro de uma propriedade particular. Havia uma placa anunciado uma taxa de R$5,00, mas a gente pulou a cerca, e deu uma entrada bem rapidinha, só pra tirar foto mesmo, nem precisava pagar (não na nossa opinião).