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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Coisa Mais Linda

"Minha alma canta. Vejo o Rio de Janeiro. Estou morrendo de saudades. Rio, céu, mar. Praia sem fim. Rio, você foi feito pra mim. (...) Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão.  (...) Água brilhando, olha a pista chegando. E vamos nós pousar."

Samba do Avião, de Tom Jobim.

  

Desde 2017 eu tenho ido ao Rio de Janeiro anualmente. Ainda bem que este ano consegui ir antes de o courona váirus começar a assombrar nosso cotidiano e impedir nossas viagens. Mas, durante a quarentena, pensando em botar no papel um resumo dessas quatro últimas mini jornadas cariocas, lembrei-me de quantas músicas existem sobre a "cidade maravilhosa", que, aliás, é título de música também. Existem muitas composições, de letristas famosos e de menos famosos. Abrir este texto com o "Samba do Avião" tem um motivo especial porque gosto muito de aviação, e chegar ou sair do aeroporto do Galeão é realmente uma das coisas mais lindas que já vi em voo e que bom que eu pude fazer isso duas vezes. A ponte acima é a Rio Niterói. 

Pista do Galeão e Pão de Açúcar vistos da barca que leva a Paquetá.

"O Rio de Janeiro continua sendo o Rio de Janeiro, fevereiro e março. (...) Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço. A Bahia já me deu régua e compasso. Quem sabe de mim sou eu. Aquele abraço! Pra você que me esqueceu, aquele abraço! Alô, Rio de Janeiro. Aquele abraço! Todo o povo brasileiro, aquele abraço!" – "Aquele Abraço", de Gilberto Gil.

 

A Ilha de Paquetá é um lugar bonito e cheio de curiosidades, como árvores que se vestem de croché e passarinhos que têm túmulos e honrarias dignas de defuntos humanos. O trajeto de balsa do centro do Rio até lá leva menos de uma hora. Vá se quiser sentir o tempo passando um pouquinho mais devagar do que passa na cidade. Passeie pela ilha a pé ou de charrete, visite uma igreja, uma feira de artesanatos ou, o melhor, não faça nada.

Cemitério de Passarinho em Paquetá.

Algumas composições que fazem referência ao Rio se tornaram tão conhecidas que nem é preciso ler um verso inteiro pra saber de que música se trata, como, por exemplo: "Ah, a beleza que existe, a beleza que não é só minha, que também passa sozinha." Precisou terminar de ler pra saber que eram versos de "Garota de Ipanema," de Tom Jobim? Nas três últimas vezes que fui ao Rio não tirei fotos em Ipanema, mas achei esta garotinha desfilando e posando pras minhas lentes na Lagoa Rodrigo de Freitas:

 

"As noites do Rio ao luar. Vejo a mesma luz, vejo o mesmo céu, vejo o mesmo mar. (...) Só sei que sou louco por ela. E pra mim ela é linda demais. E além do mais ela é." – "Carioca", de Tom Jobim. O lugar onde mais gosto de sair à noite no Rio é no Rio Scenarium, um bar que fica no Centro, na Rua do Lavradio, que, talvez por ser uma rua mais estreita e não asfaltada, me faz sentir como se estivesse alguns anos no passado. E aí eu entro no Rio Scenarium e sigo com a sensação de ter voltado algumas décadas. Tem muitos ambientes, em três ou quatro andares, e a decoração vai desde motocicleta pendurada na parede a figurinos de ópera do século passado. Eu não sei se o vejo como um museu bar ou um bar museu. Pra mim, o bar mais interessante do mundo, ao lado do Szimpla, em Budapeste.


Carruagens e carrinhos de bebê decoram o Rio Scenarium.

Sempre com música ao vivo, gafieira na maioria das vezes que fui, o bar é um lugar bem animado. Igualmente animado e interessante é a feira de São Cristóvão (no bairro de mesmo nome), mas o som que rege nosso corpo lá é  o forró. Fui apenas uma vez, em 2017, e me senti num nordeste carioca:



"Berço do samba e de lindas canções que vivem n'alma da gente. És o altar dos nossos corações que cantam alegremente. (...) Jardim florido de amor e saudade. Terra que a todos seduz. Que Deus te cubra de felicidade. Ninho de sonho e de luz" – "Cidade Maravilhosa", marchinha de Carnaval.

De dia, seja dia de sol ou não, o Jardim Botânico é um bairro ótimo pra se passear, seja por suas ruas, ou pela Lagoa Rodrigo de Freitas, ou os seus jardins (Botânico e Parque Lage), ou o Instituto Moreira Salles. Já fiquei hospedado neste bairro, no Clube Militar, onde acontece o Festival Brasileiro de Tango todos os anos, em outubro, e foi esse o motivo de duas das minhas breves viajenzinhas ao Rio. Nas fotos, piscina do Clube Militar, Parque Lage, relógio de sol do Jardim Botânico e o corredor de palmeiras:

 

 

"Existem praias tão lindas cheias de luz. Nenhuma tem o encanto que tu possuis. Tuas areias, teu céu tão lindo. Tuas sereias sempre sorrindo. Copacabana princezinha do mar. Pelas manhãs tu és a vida a cantar. E à tardinha o sol poente. Deixa sempre uma saudade na gente. Copacabana o mar eterno cantor. (...) Copacabana, eu hei-de amar." - "Copacabana", de Tom Jobim.

Um dia eu resolvi caminhar desde o Clube Militar até o aeroporto do Galeão, em ritmo lento e despreocupado de passeio, sempre pela orla, aproveitando a paisagem carioca. Cheguei a Copacabana quase duas horas depois, separada da Praia do Leme pela Avenida Princesa Isabel. Assim: de um lado da avenida é Copacabana; do outro, Praia do Leme. Ao final dela, depois de um mergulho, visitei o Forte Duque de Caxias. A entrada em 2018 era R$5,00 e, no alto do morro tem um museu militar e um mirante de onde você consegue ver os principais pontos turísticos do Rio:

Morro Dois Irmãos, São Conrado, Cristo Redentor (morro mais à direita), e as Praias de Copacabanda e Leme vistos desde o Forte D. de Caxias.


Depois é só olhar pra trás e ver o Pão de Açúcar neste ângulo.


Não conheço o Pontal, mas, tendo essa visão da Praia do Leme, não acho que a música de Tim Maia estivesse exagerando quando disse que "Do Leme ao Pontal não há nada igual". Na descida do morro do Forte Duque de Caxias, eu tive a brilhante ideia de comer as bananas que tinha levado na bolsa, mesmo já tendo visto, durante a descida, que o lugar é super povoado de macacos. Já deu pra imaginar que começaram a me encarar na primeira banana e, enquanto eu descascava a segunda, já tinha um meliante escalando minha perna. Soltei a fruta no desespero e deixei ele e mais uns quatro brigando por ela. Realmente no Rio não dá pra facilitar. A gente pode ser assaltado onde menos se espera. Desculpa, foi só uma piadinha. Não quero reforçar estereótipos. Finalizei minha caminhada até a Baía de Guanabara e não no Galeão, porque eu sentia vontade de aproveitar mais o visual de cada quadro.

Baía de Guanabara.

Foto do blogue "Viajar correndo".

E é por causa da visão maravilhosa de todos esses montes da foto acima que existe a estrofe do hino nacional brasileiro que diz "Gigante pela própria natureza és belo, és forte, impávido colosso. E o teu futuro espelha essa grandeza" e depois "Deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profundo". O autor do hino se inspirou na vista desde a Pedra da Gávea (a cabeça do gigante) até o Pão de Açúcar (os pés), mas é uma vista que só se consegue ter da Ilha Rasa. Como eu não fui, tive de dar um Google pra achar a foto acima. Viu como o Rio de Janeiro inspira qualquer tipo de música? Até a música que mais representa a nação brasileira.

Estátua "Jesus sem teto" de Timothy P. Schmaltz,
perto da Igreja de São Sebastião.


"Rio de Janeiro és formosa por inteiro, vigiada pelo Cristo meu Senhor Jesus, banhada pelo mar, realçando sua beleza, és linda pela própria natureza. No início do verão, a cidade se alegra com a nova estação. O povo de Deus chegou. E nos enche de coragem, de fé, de alegria pra dizer sorrindo: ‘O Rio de Janeiro continua lindo!’ Rio de Janeiro, uma cidade glamourosa, muito conhecida, cidade maravilhosa. Mas tem algumas mágoas, marcas, sofrimentos. " - "Rio de Janeiro", de Alexandre Barabani.


 

As três fotos são da Igreja São Sebastião, na Lapa.

"No Rio tem mulata e futebol, cerveja, chopp gelado, muita praia e muito sol, é... Tem muito samba, Fla-Flu no Maracanã, mas também tem muito funk rolando até de manhã. Vamos juntar o mulão e botar o pé no baile Dj. (...) Tem muitos clubes e favelas que falei. Muitas vezes eu curti, me diverti e cantei, mas isso é pouco vamos juntos fazer paz. Se não fosse a violência o baile funk era demais." – "Endereço dos Bailes", de MC's Júnior e Leonardo.

 

No Museu do Amanhã já fui duas vezes. A entrada é cara, mas ACHO que tem um dia que é gratuito. Não dei a sorte de estar lá nesse dia, mas também imagino que a fila deva ser enorme, porque é um lugar ainda relativamente novo, e muito interessante. Todas as salas têm exposições lindíssimas. Eu acho que eu ficaria umas duas horas nesta aqui: https://www.instagram.com/p/B37MMuQHmHv/ . Pra mim, a obra mais linda do lugar, ao mesmo tempo que é simples. Ao final da visita, na saída dos fundos, deu pra ver acima a vista que se tem, né? Dá pra ficar ali mais duas horas também.

 


Na região do do Museu do Amanhã há outros tantos museus e lugares históricos - como o Palácio do Catete. É só sair andando, que você está no Centrão do Rio. Gostei do Centro Cultural Banco do Brasil. Já no Gabinete Real Português (uma grande biblioteca) não vi graça nenhuma. Lindo está o porto, depois que foi revitalizado, pintado com grafites do Kobra, e puseram uma parada do VLT (aquele bondinho elétrico branco que circula pelo Centro).

Instituto Moreira Salles, ótimo museu também, mas no Jardim Botânico.

"Cariocas tem sotaque, cariocas são alegres, cariocas são atentos, cariocas são tão sexies, cariocas são tão claros, cariocas não gostam de sinal fechado." – "Cariocas", de Adriana Calcanhoto.

Rio de todos os sotaques.

"Cidade maravilha purgatório da beleza e do caos. Capital do sangue quente do Brasil. Capital do sangue quente do melhor e do pior do Brasil. Cidade sangue quente, maravilha mutante. O Rio é uma cidade de cidades misturadas. O Rio é uma cidade de cidades camufladas com governos misturados, camuflados, paralelos, sorrateiros, ocultando comandos. (...) Quem é dono desse beco? Quem é dono dessa rua? De quem é esse edifício? De quem é esse lugar? (...)" – "Rio 40 graus", de Fernanda Abreu.


"O Rio de Janeiro é lindo. O Rio de Janeiro empolga. O Rio de Janeiro dá gás pra qualquer volta. O Rio de Janeiro é barra. O Rio de Janeiro é dinâmico. O Rio de Janeiro te serve champagne com morango. Pôr do sol no arpoador alivia qualquer dor. Olha o Cristo Redentor. O Pão de Açúcar tem mais sabor. Jardim Botânico a Ipanema. De Ipanema ao Leblon. Do Leblon a Copacabana. Mas que programa bom." - "Rio de Janeiro", de Isis Bez Birolo.

 

"Solteiro no Rio de Janeiro, parado em qualquer praia, sou solto em qualquer lugar. Tira a camisa que esse clima tá de abafar. Liberem suas delícias! Parado não dá pra ficar. Movimentos circulares. É um chamego divertido num clima meio libertino de sol, de sal de mar, de sol, de sal de mar, de sol, de sal de mar." – "Solteiro no Rio de Janeiro", de Toni Garrido.



É Rio de Janeiro, é mundo inteiro, é Brasil. (...) Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro - Salve as crianças. Outubro - Tá esquentando. Novembro - tá quente. Dezembro - é verão. Janeiro - quarenta graus. Fevereiro - é carnaval. E salve a Banda de Ipanema! – Sou carioca, sou do Rio de Janeiro, de Gabriel, o Pensador.


Copacabana, dezembro 2019/janeiro 2020.
 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Música ao Longe

"Solteiro no Rio de Janeiro, parado em qualquer praia, sou solto em qualquer lugar. Tira a camisa, esse clima tá de abafar. Liberem suas delícias, parado não dá pra ficar." – Solteiro no Rio de Janeiro, Toni Garrido.
Parado? Não dava mesmo. Ainda mais pra equipe de dançarinos do Costa Fascinosa.

"No Rio tem mulata e futebol, cerveja, chopp gelado, muita praia e muito sol, é... Tem muito samba, Fla-Flu no Maracanã, mas também tem muito funk rolando até de manhã. Vamos juntar o mulão e botar o pé no baile Dj" – Endereço dos bailes, Mc Júnior e Leonardo.
Tem mulata e tem loira. E não é só loira gelada.
"No Rio de Janeiro é samba, funk e mulher e quem tiver dinheiro, faz o que quiser. Praia o dia inteiro, escolhe a puta que tu quer. Aqui é igual Miami ou não é. Bem-vindo ao Rio de Janeiro." – Rio de Janeiro II, MAG.
Posso escolher? Mas tô na dúvida: Fernandinha Souza ou Marisa Orth?
"O Rio de Janeiro continua sendo o Rio de Janeiro Fevereiro e Março." – Aquele Abraço, Gilberto Gil.
Mesmo com todas essas maravilhas, nesses dois meses, eu fui um santo.
Só rezava, até pra Nossa Senhora da Cabeça.
"Jardim florido de amor e saudade, terra que a todos seduz, que Deus te cubra de felicidade, ninho de sonho e de luz." – Cidade Maravilhosa, André Filho.
Adriana também Esteves comigo. Outra flor do meu jardim.
"Cristo Redentor braços abertos sobre a Guanabara" – Samba do Avião, Tom Jobim.

Átila Muniz braços abertos sobre a Guanabara.
"Cidade maravilhosa és minha o poente na espinha das tuas montanhas quase arromba a retina de quem vê de noite meninas peitinhos de pitomba vendendo por Copacabana as suas bugigangas." – Carioca, Chico Buarque.
Minha retina mal podia acreditar no que eu via do alto daquela montanha.
"Quente paraíso do espírito excitado pela festa dos sentidos animados pelo sol. Quente paraíso do espírito excitado pela festa dos sentidos animados pelo mar." – Garota Carioca, Fernanda Abreu.
Jaime e eu animados pelo mar de Ipanema. Só faltou o sol.
"O trem corre no trilho da Central da Brasil." – W/Brasil (Chama o Síndico), Jorge Ben Jor.
E elas também correm dos tarados dos trens.
"Passe pela Lapa, pelos arco-íris dos seus arcos mais explícitos, pelo claro-escuro, pelo som impuro, obscuros becos, claros dígitos." – Programa, Adriana Calcanhotto.
Passei por lá também.
"Cariocas nascem bambas. Cariocas nascem craques. Cariocas têm sotaque. Cariocas são alegres. Cariocas são atentos. Cariocas são tão sexies. Cariocas são tão claros. Cariocas não gostam de sinal fechado." – Cariocas, Adriana Calcanhotto.
Pior que são assim mesmo.
"Se venho pelo Aterro, eu vejo o Pão de Açúcar. Se venho pelo ar, eu te vejo no mar. Se chego pelo mar, lhe encontro a me esperar. Monumento natural, sensacional. Estou subindo de bondinho no Pão de Açúcar. Abro os meus braços pro Rio de Janeiro e o Redentor. Profusão de cor cintilando milhões de luzes a brilhar, no céu, na terra e no mar, no Pão de Açúcar." – Pão de Açúcar, Sônia Rocha.
Calma, ainda não é ele. A primeira subida é pro Morro da Urca.
"Paisagem super tropical faz sucesso num postal. Diz a foto que o morro do Pão-de-Acúcar é um eterno carnaval." – Pão de Açúcar, Erasmo Carlos.
Ainda não acabou. Agora a segunda subida: do Morro da Urca pro Pão de Açúcar.
"Vamos, meu amor, o bondinho vai subir. É a nossa hora de sonhar. Hoje o Pão de Açúcar está mais, mais acolhedor. Tomem seus lugares no bondinho, faz favor. Vamos ver o sol lá no céu brincar de cor dando show de imagens do meu Rio. Vamos esquecer que teremos de voltar. Vamos, meu amor, o bondinho vai, vai subir. É a nossa hora de sonhar." – Bondinho do Pão de Açúcar, Johnny Alf.
Dá até pra ver o Cristo lá de cima.
"I went to Sugar Hill the other night. From the top you see the city lights. Took the cable car to the other side. The moon above was big and bright." – Rio de Janeiro, Barry White.
O sol sobre nós também era grande e brilhante.
A cidade sob nós era grande e brilhante.
"Cidade sangue quente maravilha mutante... O Rio é uma cidade de cidades misturadas. O Rio é uma cidade de cidades camufladas com governos misturados, camuflados, paralelos, sorrateiros, ocultando comandos..." – Rio 40 graus, Fernanda Abreu.

Camuflagens de pedra, camuflagens de carne e osso.
"Brasil, tua cara ainda é o Rio de Janeiro. Três por quatro da foto e o teu corpo inteiro. Precisa se regenerar. Eu sei que a cidade hoje está mudada." – Saudades da Guanabara, Moacyr Luz.
Os tempos são outros mesmo. Tem gente até fazendo pole dance no metrô.
"Tô contrito, concentrado, tô pensando. Pensando em quê? No Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro, de janeiro, de janeiro. Sou carioca, sou do Rio de Janeiro. E o nosso Rio não é só Março e Fevereiro. Tem pagode o ano inteiro (...) Ih! Me lembrei da Candelária." – Eu sou do Rio de Janeiro, Martinho da Vila e Gabriel o Pensador.

Escuto "Candelária" e, das duas, uma: ou me lembro da chacina de 1993,
 ou da personagem de Dil Costa na primeira temporada de Malhação.
"Melhor ficar de olho no padre e outro na missa. Situações acontecem sobre um calor inominável. Beleza convive lado a lado com um dia-dia miserável. (...) É muito difícil falar de coisas tão belas de frente pro mar, mas de costas pra favela. De lá de cima o que se vê é um enorme mar de sangue, chacinas brutais, uma porrada de gangue. O Pão-de-Açúcar de lá o diabo amassou. Esse é o Rio e se você não conhece, bacana, tome cuidado. As aparências enganam." Zerovinteum, Planet Hemp.