"Vendemos cervejas mais frias do que o coração do seu ex."
Frase que vi num bar de Córdoba, Argentina.
Já fui logo deixando as malas no guarda volume da
rodoviária. Eram 7h da manhã, minha hospedagem ainda não estava liberada, e eu
tinha só três dias pra conhecer a cidade argentina de Córdoba. Saindo da
rodoviária e passando debaixo do viaduto em frente, vi o Parque Sarmiento, um
local grande que poderia ser melhor, se não fosse a falta de manutenção em
alguns pontos. A piscina pública (natatório) eu achei muito bonita, mas não
entrei porque ainda não estava aberto e precisaria ainda passar por uma avaliação
médica. Como meu prazo era meio corrido pela cidade, não achei que valeria a
pena. Tomei café no restaurante do parque, descansei, e ocupei o apartamento
onde ficaria – fiquei hospedado bem ali na frente da rodoviária e do Parque
Sarmiento.
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Ao anoitecer, algo que é depois das 20h durante o verão argentino, sugiro ir ao Paseo Bom Pastor, pois há um show de som, luz e água, numa fonte. Em janeiro de 2020 era às 20h, confira se ainda é nesse horário. Ao lado está uma belíssima igreja, a Igreja dos Capuchinhos, onde vi, pela primeira vez na vida, uma imagem de uma santa grávida. Achei tão bonita essa igreja que nas duas noites eu jantei na pizzaria ao lado, só pra poder ficar olhando pra ela.
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A Plaza San Martin marca a fundação da cidade. Em uma das esquinas da praça está a a Catedral de la Ciudad de Córdoba, em estilo jesuíta, coisa que o guia turístico do Free Walking Tour Córdoba Antiga me ajudou a identificar: a ideia jesuíta é a de ter aparência humilde, mas o interior rico. Então essa lógica também está presente na construção de seus templos. A catedral levou 200 anos para ser construída e, no chão à sua frente, vê-se algo recorrente ao redor dos edifícios importantes de Córdoba: linhas brancas que reproduzem os traços mais marcantes do prédio, como as linhas das portas e janelas, para que as pessoas que passarem por ali tenham curiosidade de admirar sua beleza arquitetônica. Como muita gente olha apenas pra frente ou pra baixo, o aviso no chão tenta garantir que as belezas das edificações de Córdoba não passem despercebidas a ninguém.
Edifício mais estreito "do mundo". |
Aí a parte do passeio em que o guia nos leva às
compras, pois possivelmente tem um acordo com o dono da loja e recebe alguma
comissão por isso. Não estou reclamando, só estou te lembrando que isso é algo
recorrente nos passeios guiados e que precisamos ver com normalidade, pois é a
maneira dele de ganhar a vida. Fomos a um local de empanadas e a uma loja de
alfajores da marca La Quinta. Ninguém era obrigado a comprar nada, mas como o
alfajor era bom, então comprei. Numa outra loja, fomos apresentados a um licor
de ervas, amargo, de origem italiana, chamado Fernet. O costume em Córdoba é
misturar dois terços de Coca Cola com um terço de fernet e tomar gelado. Não
provei ainda, mas está na minha lista de coisas a fazer.
O passeio continuou até o edifício mais estreito (talvez no mundo!). Sua largura varia de 3m a 80cm. É residencial, então só podemos vê-lo por fora, mas o guia falou que o espaço interno é muito bem aproveitado e ele tem até elevador. Adentramos os calçadões do centro histórico até a Manzana (mansão) Jesuítica, local que voltei à noite, pra conhecer melhor e, vez ou outra, me deparava com algum músico de rua tocando em troca de gorjetas. Terminamos diante do shopping Patio Olmos, cujo prédio já foi uma escola de artes, um lugar muito bonito por fora e por dentro, uma parada bem estratégica pra fazer um lanche e se aliviar do grande calor argentino das tardes de janeiro. Em sua lateral há a entrada de um teatro e à sua frente está uma praça e um grande cruzamento de avenidas, local onde, em grandes eventos, como finais de campeonato, toda a cidade se aglomera(va) para festejar. No entanto, naquele dia especificamente, o tumulto não era por festa, mas um protesto relacionado a alguma taxação que o governo pretendia criar, relacionada a turismo.
Manzana de las luces. |
Na Argentina, nunca faltam protestos. |
Perto do Patio Olmos estão Las Cañadas (os canais), que são duas ruas cortadas
por um canal. Disseram que era legal de se ir à noite, mas eu não vi nada
demais. Ao redor do Paseo de las Artes (Flea Market) é mais
interessante, com uma grande variedade de bares e lojas abertas. O que achei
mais legais eram os bares que estavam em áreas grandes, lugares que mais
pareciam uma rua pequena sem saída – vários bares reunidos e todos os clientes
meio que misturados. Recomendo entrar em todos os bares possíveis pra se
reparar na decoração porque são muito interessantes. Num deles, a decoração era
justamente uma piada ou deboche sobre a maneira de se decorar bares. Não me
lembro do seu nome, mas fica na rua Achaval.
Há ainda coisas a se fazer nas redondezas de Córdoba, como visitar alguma vinícola, grutas ou o famoso passeio nos salares, mas tudo me pareceu meio longe. Pra três dias ali, achei melhor focar na cidade mesmo
Gastos de janeiro de 2020, época em que um real
valia entre 17 e 18 pesos:
Guarda volume da rodoviária: ARS$140,00, não
importa o tamanho do armário.
Tarifa adulta da piscina pública: ARS$60,00.
Zoológico do Parque Sarmiento: ARS$350,00.
Sanduíche no restaurante do Parque Sarmiento:
ARS$330,00.
Visita guiada no interior da Igreja dos
Capuchinhos: ARS$350,00 (tarifa pra estrangeiro). Eu não fiz.
Salada: ARS$320,00; Bruschetta: ARS290,00; Pizza:
ARS$520,00 na Pizzaria ao lado da Igreja Capuchinhos.
Ônibus da empresa Urquiza de Mendoza a Córdoba:
ARS$3.000,00, 9 horas de viagem.
Ônibus da empresa Urquiza de Córdoba a Rosário:
ARS$1.300,00, 6 horas de viagem.
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