"A gente viaja não é pra fugir da vida, mas pra vida não fugir da gente."
Frase que vi pintada em alguma parede de Penang, Malásia.
Port Penang é a primeira parada
malasiana, que é bem na porta mesmo de George Town. Desce do navio, atravessa
um portão e já está na cidade, caminhando tranquilamente pela área que é
patrimônio mundial da Unesco. Eu gosto muito de conhecer os lugares a pé, mas,
se rolar aquela preguiça, adivinha só: tem um ônibus grátis, que passa a cada
meia hora ou vinte minutos nos pontos marcados. Normalmente, quando a gente
acaba de chegar a um lugar, parece que o corpo e a mente levam um tempo pra
entender aquele novo ambiente (pelo menos comigo acontece isso), então eu
sugiro caminhar até a rodoviária, que fica só a quatro quadras do porto e,
chegando lá, perguntar onde pegar o Free
CAT Bus. CAT significa Central Area
Transit. Aí você pode dar um volta completa, pra entender mais ou menos
onde ficam os principais lugares que você quer visitar ou simplesmente descer
quando sentir que deve. O mapa turístico que dão no porto tem as paradas
marcadas. A volta completa, sem descer, dura por volta de meia hora.
Esquema muito interessante e civilizado. Você pega um guarda chuva emprestado e o devolve em alguma outra estação, como se fosse uma bicicleta do Itaú. |
Essa é uma ideia que eu só tive
depois. O que eu fiz mesmo foi: primeiro, andei a pé por minha conta,
observando as lojinhas, a arquitetura, em busca da talvez principal atração
turística de lá, que são aquelas obras artísticas onde as pinturas das paredes
estão mescladas com objetos comuns ao cotidiano daquela gente. Dá pra interagir
com quase todas as obras. A interação se completa quando você também dá seu
jeito de se mesclar àquilo tudo e fazer parte da obra artística e, assim, da
vida da cidade. Pra se ver essas intervenções urbanas, o jeito é ir a pé mesmo,
porque só assim pra se ter a melhor visão da composição das belezas dessa
cidade. Uma pena que algumas delas precisem urgentemente de restauração. O
Bruce Lee, por exemplo, já virou pó há muito tempo. Essas obras estão meio
espalhadas pelo centro de Penang e, mesmo com mapa, algumas talvez você não
encontre ou se decepcione quando chegar até elas, devido a ação do tempo, que
já deixou muitas bem apagadas. Mas ainda tem muitas bem nítidas, pra você
fotografar, de preferência interagindo. Lembrando que falo de uma situação de
abril de 2019, quando fui lá.
Obra "The real Bruce Lee would never do this" - "O verdadeiro Bruce Lee jamais faria isso". Isso o quê? Deixar uma foto dele a Deus dará? |
Foi uma passada tão rápida por
cada uma dessas figuras, mas foi algo que ficou bem marcado, porque achei um
jeito muito curioso e bem humorado de as pessoas locais contarem sua própria
história e de se enxergarem numa obra de arte. Essa é uma daquelas coisas que
vemos e pensamos: “Podia ter mais disso no Brasil”. Por isso que insisto que
esse deve ser um local pra se conhecer a pé. Ande o quanto puder em Port Penang,
mas lembre-se de que a Malásia é um país quente. Se você não suportar o calor,
então caminhe à noite. Essa arte está toda a céu aberto. Veja o "Kids on bicycle" - "Crianças na bicicleta".
Fazer os turistas se interagirem
com o ambiente (leia-se posar pra fotos que irão direto pra alguma rede social)
parece ser a especialidade dos malásios. Há dois museus em George Town onde é
muito difícil você não sair deles sem tirar pelo menos uma foto. Melhor: pelo
menos uma dúzia de fotos. São o Penang 3D Trick Art Museum e o Upside Down
Museum. Eu não fui neles, porque, tendo um dia apenas pra passear ali, achei
melhor aproveitar o que era grátis. Se você não for, recomendo que dê um Google
porque o local deve ser realmente muito divertido, mas é o tipo de experiência
que parece só valer a pena se tiver como tirar foto. A entrada custava 30MYR (ringgit
malaios), que são o quê? R$30,00. Mas o pagamento era somente em dinheiro. Era
tão difícil achar alguém que aceitasse cartão de crédito e aí deu uma preguiça
de procurar mais uma casa de câmbio, afinal, TODO lugar que aquele barco parava
era aquela saga de sair caçando casa de câmbio, aquilo já estava me cansando. Em
Georgetown, teve dois lugares onde parei pra comer que aceitavam cartão.
"Brother and sister on swing" "Irmãos no balanço" |
Outro ponto a se parar também é a
zona da Little India, o lugar onde os primeiros imigrantes indianos se
estabeleceram. Se você não pretende passar pela Índia, dá uma passada lá pra
sentir o clima indiano. Existe a zonha chinesa também (Chinatown), algo comum
nas cidades asiáticas.
Se você tiver mais tempo do que
eu tive em George Town, recomendo que procure saber sobre estes locais lá perto
que me pareceram bem curiosos e depois me conte se são realmente interessantes:
Mesquita flutuante e Kek Lok Si Temple (onde tem um templo com dez mil estátuas
de Budas). Eu tive vontade de ter conhecido, mas, quando se viaja de cruzeiro,
não dá tempo de fazer tudo.
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