sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Água Viva

“Batucando pela alma de quem fala que não vai sair porque é caseiro, mas na verdade é porque não tem dinheiro nem amigos.”
Autor desconhecido
Pôr-do-sol em Capão da Canoa-RS
Um dos lugares favoritos da maioria das pessoas pra se curtir umas férias é a praia. Eu também acho esse um ótimo programa, desde que fora do Rio Grande do Sul. Se você já conheceu as praias daqui mas também viu as de qualquer cidade litorânea brasileira de Santa Catarina pra cima, tenho certeza de que concordará comigo que praia gaúcha é uma catástrofe. A única que salva, mas também não chega a ser uma maraviiiilha, é Torres, que só está no estado por um triz – a cidade fica bem na divisa com Santa Catarina. Se quiser saber mais sobre ela, procure-a nos marcadores do lado direito da página. Além de as águas  gaúchas serem muito frias (o que não é exatamente um problema nos meses de janeiro e fevereiro), o tempo é muito imprevisível e o mar é cheio de areia. Tudo bem, daria até pra engolir isso se o litoral fosse pelo menos bonito. Mas não é. No entanto, se você quiser, mesmo assim, descansar nisso que aqui chamam de praia, uma ótima saída são os parques aquáticos.

Só mesmo pra não dizer que não entrei na água.
Conheci o Marina Park em dezembro graças ao Groupon, que estava com uma oferta de desconto nos ingressos. Um dia é o bastante pra aproveitar tudo o que o parque tem a oferecer, e com calma, desde que você chegue antes do meio-dia, claro. O Marina parece ser mais voltado pro público família. Todas as piscinas são rasas e a temática da maioria das piscinas é infantil. Mas há dois brinquedos bem radicais que não tem como qualquer adulto sair com a respiração normal. Um é Boca da Serpente, um toboágua com pouca inclinação, cuja altura corresponde a um prédio de sete andares. A sensação é quase a de uma queda livre. Ao avistar todo o parque lá do alto, parece que você vai cometer suicídio. E, na hora de descer, jamais abra os braços, ou pode sair com uma queimadura bem chata, como aconteceu com minha amiga Ana Paula.

Ana e eu no Marina Park, em Capão da Canoa.

O outro que dá um medão é o Dragon Free, mas nem é por causa do bicho, que assusta menos que o filho de Chucky. Imagine escorregar em praticamente 90 graus de inclinação numa boia, sentado com outra pessoa. A impressão ao descer é de que a gente dará com a cara no chão. Fui quatro vezes, pensando que ia me acostumar, mas não importava quantas vezes eu ia. O medo era igual ao da primeira vez.

Quase enfartando nesse aí.
Não é permitido entrar com alimentos nem bebidas, mas dá pra entrar, é só ser discreto com a bolsa e na hora de comer. Mesmo assim, a lanchonete tem muitas opções de pasteis deliciosos e grandes, a R$10,00. No fim da tarde, é bom relaxar nas piscinas térmicas do parque, que também possuem toboágua e bar.
Não tivemos medo de desobedecer às regras.

Vale a pena pagar R$70,00 no ingresso (adulto). Se encontrar uma oferta de site de compra coletiva, como eu, melhor ainda. Mesmo assim, dá pra economizar comprando pelo site do parque (www.marinapark-rs.com.br). Lá, o ingresso adulto acaba saindo por R$50,00.

Seduzindo com a santa da capelinha do parque.
Depois desse dia bem cansativo, mas produtivo, Ana e eu voltamos pro hotel onde nos hospedamos, no centro de Capão da Canoa, a 120km de Porto Alegre. De táxi do parque até lá, a corrida deu R$30,00. O Hotel Magia do Mar foi o que ofereceu hospedagem mais barata e ele abria um pouco antes da alta temporada. Preço em conta, local bonito, limpo e com ótima estrutura. No litoral gaúcho, vários hotéis não ficam abertos o ano todo porque a praia só é tolerável no verão mesmo. Então, é comum andar pela cidade e ver hotéis com cara de abandonados.
 
Somos sexies, não somos vulgares.
Uma volta pela orla de Capão à noite só serviu pra jantarmos (outro pastelão frito, na verdade). É meio deserto e não tem muita coisa acontecendo. Talvez até melhorasse do fim do mês em diante. Pelo menos achamos uma loja bem curiosa pra fotografarmos:

No dia seguinte, visitamos outro parque aquático, com bilhete também comprado pelo Groupon. O Ácqua Lokos é bem maior que o Marina e mais barato – R$60,00 na bilheteria e R$42 pelo site. Mas nem por isso quer dizer que é o mais divertido. Isso depende de com quem você vai, como está a temperatura e o tempo no dia. Na minha opinião, o Ácqua combina mais com uma turma de amigos e o Marina, com família. O Ácqua tem opção de brinquedos não-aquáticos também, como a maior montanha russa de madeira da América Latina, tirolesa, passeio a cavalo, passeio de trenzinho pelo hotel fazenda. Para alguns desses brinquedos, é preciso pagar uma taxa à parte. Mas, se você tiver um dia só, o pacote incluso no seu ingresso já atende bastante. Opção de coisa pra fazer não faltará. E tem brinquedo que é tão legal que a gente quer repetir.
 
Com o pato Ronald, a vaca Malhada e o cavalo Pangaré.
No meio da tarde, na piscina de ondas (não se entusiasme, só tem onda no nome), acontece um show de lambaeróbica com os mascotes Ácqua Lokos. Quem dança melhor ganha um brinde. Claro que eu fui o premiado. O teatro dos bichinhos e a aula de dança é a única coisa que vale a pena na piscina de “ondas”. Não entendi o porquê desse nome. Água com dengue parece o Havaí perto dela.
 
Medalha de ouro na lambaeróbica.
O inverno gaúcho é tão rigoroso que não há a menor condição de esses parques abrirem no inverno, mesmo que eles tenham piscinas térmicas também. E é só no verão que eles abrem todos os dias. Em alguns meses, só abrem aos sábados e domingos. Acesse também o www.acqualokos.com.br. Dou uma dica que vale pros dois parques. Pra aproveitar mais o dia sem gastar tanto tempo em fila de brinquedo, vá antes da alta temporada (que começa na semana do Natal). Se não tiver como evitar, pelo menos evite o sábado e o domingo, se é que você também gosta de sossego, como eu.
 
Parque das Águas, em Farroupilha-RS.

Na Serra Gaúcha, em Farroupilha, há o Parque das Águas, uma versão mais light dos parques acima. Sem radicalismos nem tanta opção de diversão, mas muito bom também de se passar o dia. Por que eu fui? Porque o Groupon insistiu. A área térmica dele perde pros outros, porque só tem piscina, sem toboágua ou qualquer outra coisa divertida. O verão na serra é intenso, mas curto. O inverno prevalece. Como as belezas naturais não têm opção de área térmica, talvez seja melhor aproveitar o breve calorão pra um mergulho de cachoeira. Em Caxias do Sul, a Trilha dos Dinossauros é cortada pelo rio Carapiaí. Esse é um ótimo programa pra quem curte um pouco de aventura e natureza.


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