domingo, 31 de agosto de 2014

O Mapa da Mina

"As mina pira no papai".
trecho de "As mina pira", de Cácio e Marcos.


Entrada da Mina da Passagem - Mariana - MG

Minas Gerais foi o grande foco da corrida do ouro no Brasil. As cidades de Ouro Preto e Mariana ainda guardam resquícios dessa época. Eu mesmo me lembro de quando eu era criança e via as pessoas garimpando nos rios. Desde pessoas com uma bacia apenas, até grandes máquinas e o mercúrio escorrendo rio abaixo. Se você também quiser saber onde todo esse ouro foi parar, visite as igrejas barrocas de Minas e veja quanto desse metal está impresso nas paredes, ou dê uma de tatu e entre buraco adentro nas várias minas abertas à visitação em Mariana e em Ouro Preto.

Na Mina da Passagem a gente se diverte por dentro e por fora.
A Mina de Chico Rei é perto da Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto, e sua entrada custa R$10,00. Se quiser que um guia te acompanhe, pague mais R$10,00. Resolvi economizar, como sempre, e fui sem guia mesmo, e acabei encontrando uma menina de Caxias do Sul lá dentro – como são boas essas coincidências. O passeio é rapidíssimo porque os túneis não são profundos e nem são altos como as da Mina de Passagem, então logo a gente se cansa de ter de andar se abaixando como um corcunda. Anexo está um minimuseu, com ferros de passar e outros objetos cotidianos antigos expostos. Chico Rei foi um chefe africano que comprou a sua liberdade e de sua família e se enriqueceu com a exploração do local. Não que eu soubesse disso antes, mas em todos os locais de Ouro Preto que tem alguma importância histórica você encontra placas cravadas nos prédios que te explicam brevemente, em inglês e português, um pouco da história de tal edificação.



Descendo de trolley pra mina de ouro.
A Mina de Passagem fica no distrito marianense de Passagem de Mariana e é a maior mina de ouro aberta a visitação do mundo. A descida para as galerias é por meio de um trolley, que chega a 315m de extensão e 120 de profundidade. A temperatura é estável, fica de 17º a 20ºC e tem um lago natural.



Dentro da Mina da Passagem.
A Gruta de Nossa Senhora da Lapa, em Antônio Pereira, ou simplesmente Pereira, pra quem mora lá, distrito de Ouro Preto, é algo legalzinho de ser ver também. Não é uma mina, assunto principal deste texto, mas é buraco na pedra do mesmo jeito. O interessante é que, pela localização, parece que Antônio Pereira está mais pra distrito de Mariana, porque é mais perto desta do que de Ouro Preto – 9 km de Mariana e 16 de Ouro Preto. O mesmo acontece com o Pico do Itacolomi, principal cartão postal de Ouro Preto. Não é possível observá-lo de Mariana, mas é na área geográfica de lá que ele está, e não na de Ouro Preto.

Contato com animais, tranqüilidade junto à natureza, tirolesa (pra não dizer que é tão tranqüilo assim) e uma deliciosa comida campeira no fogão a lenha, com churrasco gaúcho e sobremesa típica. Parece que eu mudei totalmente de assunto, mas nem tanto. Só desci uns 1.200 km no mapa e fui pra Gramado-RS, onde está o Parque Tomasini – uma mina e um museu com mais de 800 minerais expostos. Há também a loja, onde você vê as ametistas, esmeraldas, cristais, transformadas em jóias, esculturas, móveis. A Mina não é real como a de Mariana. Ela foi montada pra ser uma atração turística e dar um clima mais interessante ao museu. Está a 2 km da entrada de Gramado (de quem vem de Nova Petrópolis).


Um mineral típico de Mariana-MG exposto na Mina de Gramado-RS.
Como eu já disse em textos anteriores referentes à Serra Gaúcha, planejar um passeio a Gramado e Canela a partir das ofertas dos sites Laçador de Ofertas e La Iguana faz a sua viagem custar a metade do que custaria. Paguei só R$22,00 pelo almoço à vontade e a entrada na mina (só o preço normal da entrada desta é R$15,00). A Tirolesa custa R$20,00, mas, pelo site, paguei R$25,00 pra duas pessoas. São duas tirolesas, uma de 150m, e outra de 250m, não de altura, mas de comprimento. A entrada no Parque custa R$5,00, valor convertido em uma das seguintes atrações: passeio de jardineira ou pesca esportiva. Há um pedalinho também, mas é melhor pagar pra usar o do Lago Negro, na cidade de Gramado, que é bem maior e com uma vista mais bonita.

Turista é assim: descansa carregando pedra - Parque Tomasini.
Se esse tanto de pedra não te basta, visite o Museu Gramado, também R$15,00 de entrada e também com uma loja anexa.

Voltando a Ouro Preto, falarei também de três minas da cidade. A Mina Felipe dos Santos fica na Rua Treze de Maio, no bairro Alto da Cruz e a entrada custa R$25,00, mas Ana e eu só pagamos R$5,00, porque havia um grupo de estudantes de uma universidade e nós pegamos carona com eles. Depois de uma explicação geológica bem técnica que a professora deu aos alunos, e da qual não entendemos nada, veio o guia local e nos contou as lendas, histórias e hábitos antigos, etc. 



Com meus primos, brincando de mineradores no
Campus da Ufop.
Descendo pro bairro Padre Faria, a pé mesmo, fomos à Mina Velha, ingresso a R$20,00. Mas moradores de Mariana, Ouro Preto e região não pagam às segundas, terças e quartas. Nos outros dias, vale a meia entrada pra eles: R$10,00. Menos de dez minutos de caminhada depois, e no mesmo bairro, fomos à Mina do Jeje, que também tem visitação gratuita pros moradores da região em alguns dias da semana. Infelizmente, minha visita não foi num desses dias, mas a recepcionista perdoou nossa falta de informação e nos cobrou somente uma entrada, de R$15,00. Se entre uma mina e outra você vir uma placa da Mina Vila Rica, não pense que eu me esqueci dela. Ela não está mais aberta a visitação.

Finalizando, um vídeo do caminho do interior da Mina da Passagem até a superfície, de trolley, narrado em inglês (!) pela minha amiga de faculdade Karina Sarto, a quem eu estava tentando atropelar com um trator no início deste texto:

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